A Camisola Poveira é o traje de romaria e festas da Póvoa de Varzim. Antigamente, eram utilizadas pelos pescadores para se protegeram do frio, dado que são camisolas de lã, bastante quentes.
As cores utilizadas são três: branco (a cor da malha), o vermelho e o preto (bordadas a ponto cruz na camisola).
Esta peça integrava o traje masculino de romaria e festa do pescador poveiro.
Com a grande tragédia de 27 de Fevereiro de 1892, em que morreram 105 pescadores à entrada da barra de Póvoa de Varzim, o luto decretou a sentença de morte deste traje branco.
A camisola sobreviveu, ainda, pela primeira metade do século, mantendo-se como peça de luxo de velhos e novos.
A camisola poveira era inicialmente (1ª metade do século XIX) feita em Azurara e Vila do Conde e bordada na Póvoa pelos velhos pescadores. Em evolução, passou a ser bordada pelas mães, esposas e noivas dos pescadores, e, depois feita e bordada na Póvoa.
A recuperação do vistoso e original traje branco deveu-se a Santos Graça que, ao organizar o Grupo Folclórico Poveiro, em 1936, o ressuscitou e divulgou.
Hoje em dia, as camisolas poveiras, são produzidas por artesãs poveiras que destinam a sua produção às casas de artigos regionais.
No entanto, o traje deixou de ser utilizado pelos pescadores, tendo hoje um fim meramente turístico.
Estas camisolas têm motivos marinhos, o brasão da Póvoa de Varzim e de Portugal, e siglas poveiras (são uma forma de escrita primitiva, usada durante séculos na Póvoa de Varzim pelos pescadores, que utiliza um sistema de comunicação visual simples), escudo nacional, patinhos, vertedouros, remos cruzados, etc.
As Camisolas da Póvoa do Varzim
Reviewed by Marta Rainier
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maio 06, 2019
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